Público

Consumo saudável e consciente

Neste sábado ocorre a 1ª Feira Vegana da cidade, com a presença de 25 expositores

Jô Folha -

Mais do que uma alimentação diferenciada, o veganismo é um estilo que tem impacto em todos os nichos da vida dos adeptos. Vestuário, cosméticos e até mesmo medicamentos são ramos que passam por uma transição. Em Pelotas, cresce o número de defensores da causa animal, além das marcas que surgem com novos meios de produção, pensados para eliminar os derivados dos animais. Neste sábado, a primeira feira vegana da cidade ocorrerá em parceria com a Secretaria de Cultura (Secult), na qual mais de 25 expositores participarão.

Vinda de Santa Catarina há quatro anos, Amanda Schwartz se "descobriu vegana", como explica, conforme começou a cozinhar para si mesma. Um ano e cinco meses atrás ela passou pela transição do vegetarianismo ao vegano. Em meio a novos temperos e sabores, a catarinense sentia vontade de compartilhar as novidades com os amigos. Assim, ela criou uma conta na rede social Instagram, no @abacateveg, e hoje já possui mais de 2,5 mil seguidores que acompanham as receitas e descobertas da culinária vegana. "Acabei me conectando com muitas pessoas, chegamos a organizar piqueniques", conta.

A experimentação de novas receitas é uma das chaves para conseguir manter uma dieta rica em vitaminas. A substituição de produtos e, principalmente, a descoberta de alimentos que não conhecia foram essenciais para Amanda. O mesmo aconteceu com a paulista Débora Letícia dos Santos, que veio para cidade em 2016. Antes de se tornar vegana, ela era ovo-lacto vegetariana, ou seja, mantinha uma dieta em que consumia alguns produtos de origem animal, como ovos e laticínios. Durante a transição, a maior dificuldade da universitária era quanto a deixar de lado produtos como queijos e leite.

Já adepta ao estilo de vida, ela ressalta a dificuldade em consumir marcas veganas de vestuário e cosméticos. "Tem produtos que nem imaginamos que são de origem animal e possuem traços de maus tratos aos animais", afirmou. O açúcar é um desses exemplos. Algumas marcas do ramo utilizam cinzas purificadas feitas com ossos de animais no refinamento do produto feito para adocicar as receitas. Produtos de higiene, como pasta de dentes, também entram na lista dos que possuem na fabricação origem animal. Tanto o produto, como shampoos e condicionadores - feitos com glicerina de origem animal e vegetal - possuem versões veganas à disposição dos consumidores.

Interesse aumenta junto à população
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), feita em 2018 e encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira, 65% dos moradores das capitais possuem interesse na alimentação vegana. Mais da metade dos entrevistados disse que consumiria mais produtos desse tipo se eles estivessem melhor indicados na embalagem. Um cardápio que inclua alimentos sem glúten é uma das dificuldades do veganismo. A panificadora Alecrim Pães é uma das opções veganas que abarcam esse diferencial na cidade. Voltada à fermentação natural, o proprietário Augusto Krause explica que o processo de crescimento da massa dura cerca de 48 horas, enquanto os pães das demais panificadoras, que trabalham com a industrialização, chegam a ficar prontos em três horas.

Ele ressalta que alguns clientes procuram os produtos por indicações médicas. Diabéticos e celíacos são alguns dos que procuram o espaço, além dos veganos. A panificadora foi inaugurada há sete meses no café da Lojas Krause, na avenida Domingos de Almeida, 1.551. Mas a produção existe há mais de um ano, coordenada pelas mãos do proprietário vegano.

Evento para os veganos
Organizada pelo Coletivo Muhgido, ou @muhgidocoletivo nas redes sociais, a primeira feira vegana da cidade ocorre no Casarão 2, sede da Secult. "Mais do que ter a possibilidade das marcas, que Pelotas tem muitas, um vegano tem que ter autonomia", ressalta uma das produtoras do coletivo. Partindo dessa ideia que o encontro foi idealizado. A junção de mais de 25 expositores também prevê show do Combo Pimentero, trio musical com raízes latinas. O evento começa ao meio-dia com a proposta de um almoço-lanche na rua Lobo da Costa, lateral da secretaria. Com o evento gratuito, a única exigência da organização é que os participantes levem as próprias ecobags e copos.

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